Quando ho chiuso il libro per rimetterlo sullo scaffale, mi sono sentita smarrita, un'ultima occhiata alla copertina e quella confusione non mi abbandonava. E' un romanzo che ti coinvolge in un'atmosfera da sogno, a tal punto surreale da stordirti. Pochi personaggi ma ben studiati. Più di tutti mi mancherà Nakata, perchè anche io, come il Signor Oshino, penso sia un personaggio assolutamente unico e speciale
...ContinuaEste foi o primeiro livro de Haruki Murakami que li, e certamente não será o último. Kafka à beira-mar é uma obra absolutamente fantástica, envolvente, genial! Valendo-se da mesma riqueza de detalhes e narração imaginativa que costumam dar vida a alguns mangás e animes (cito, por exemplo, Boogiepop Phantom e Ergo Proxy), Murakami nos conta, em primeira e terceira pessoa, a odisséia de dois personagens os quais aparentemente não possuem nada em comum. Acompanhando a trajetória de um adolescente de 15 anos - que se diz portador de uma terrível maldição - e a de um misterioso homem de 60 anos, vemos desfilar vários elementos do mundo pop ocidental mesclados à milenar cultura japonesa. Até posso afirmar, sem exagero algum, que o livro tem uma trilha sonora própria, globalizada, contendo nomes como os Beatles, Prince, Coltrane, Radiohead, Beethoven, entre outros.
Por fim, não poderia deixar de comentar os elementos fantásticos que permeiam a obra. A partir de uma descrição minuciosa do cotidiano dos personagens, Murakami faz com que alguns eventos insólitos, metafísicos, nos sejam apresentados de maneira verossímil, a ponto de não nos espantarmos com a presença de fantasmas, gatos falantes, etc; eles simplesmente existem. Tudo se passa como se os personagens estivessem num estado intermediário entre realidade e sonho, um lugar onde passado e presente se misturam modelando-se mutuamente. E mesmo com suas 570 páginas o livro não se perde em fantasias, nunca se torna cansativo. Ambos os protagonistas, guiados pela impetuosa corrente do destino - ou tentando fugir dela, como é típico das tragédias gregas -, buscam a si mesmos, tendo como resultado uma obra instigante, profunda, surpreendente. Eu recomendo!
O Japão é um país cuja forma religiosa tradicional (xintoísmo) está povoada por espíritos e coisas com poderes mágicos, mas limitados, que podem transitar com naturalidade entre o mundo objetivo da nossa percepção ordinária e o mundo sobrenatural habitado por eles. Basta ver alguns animes japoneses para entender o que estou falando. Bem, imagine agora uma história que combine esses elementos tradicionais com elementos do mundo pop globalizado da civilização ocidental (grupos de rock, roupas e acessórios de marcas e até compositores e escritores clássicos -- eles também globalizados e "pop-izados" nesse caldo de cultura e de consumo que constitui nosso mundo atual). Imagine que essa história envolve mais de um personagem principal, vítimas de um destino não escolhido por eles, mas que seguem suas ações em função de princípios morais, da intuição e de interações com fenômenos sobrenaturais -- como nas tragédias gregas. Imagine que as histórias dessas pessoas são narradas por um grande contador de histórias, de uma maneira envolvente e não cansativa, inclusive com direito a descrições realistas de situações eróticas. Bom, isso tudo e algo mais está neste fantástico livro de Haruki Murakami. Vale a pena!
...ContinuaO escritor, japones, cria uma intimidade com o leitor fazendo-o reviver a adolescencia dos 15 anos de Kafka, rapaz que foge de casa, personagem principal , pela narração na primeira pessoa e as vezes usando "voce", como tratamento que te envolve.
Paralelamente outros personagens tem uma estória que se entrelaça em determinados momentos.
O livro é uma ficção, mas dentro de uma lógica que lida com o imaginário e espiritual, jocoso e fantástico, tão bem escrito e remetendo a personagens -simbolos conhecidos .Tem um que de mistério, tão bem trabalhado na estrutura e no encaminhar da estoria, recomendo!
Mais uma vez Murakami envereda pelo fantástico, ambientado no Japão moderno em enredo sem fronteiras. Há achados incríveis, uma liberdade notável e metáforas sem fim...Demais